terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Corrupção na Polícia Civil do Rio: Uma janela da corrupção na polícia

O governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, se orgulham de ter conseguido acabar com a influência de parlamentares na nomeação de delegados e comandantes de batalhão no Estado do Rio de Janeiro. De fato, a influência política na polícia é uma das principais raízes da corrupção e do favorecimento no sistema policial. Um determinado político colocava seu protegido no comando de um quartel da PM ou de uma delegacia e esse policial passava a prestar contas ao padrinho. Muitos policiais em postos de chefia acabavam sendo obrigados a bancar até a caixinha de campanha dos políticos. E de onde vinha esse dinheiro? Obviamente das propinas das máfias e quadrilhas que atuam nos mais diversos setores - da contravenção ao tráfico de drogas, passando por outras atividades ilegais como pirataria, exploração da prostituição, de clínicas de aborto etc etc.

Com o secretário Beltrame, o governo conseguiu aos poucos reduzir bastante essa influência política na polícia, diminuindo a corrupção no andar de cima, da segurança pública. Só que, apesar de todo o esforço do governo, foi deixada uma janela, por onde agora vemos a polícia novamente mergulhada em escândalos de corrupção: o uso de PMs em delegacias especializadas, os chamados adidos da Polícia Civil. Esses policiais conseguem escapar do regime militar dos quartéis e aderem à rotina das delegacias especializadas, sem horário fixo, uso de uniforme e respondendo diretamente aos delegados ou inspetores designados pelos seus superiores. Como são arrojados e destemidos, esses PMs adidos conseguem recrutar informantes e X-9 dentro das quadrilhas. Esses contatos são fundamentais para o trabalho de polícia só que é praticamente impossível sair limpo de uma relação dessas. Esses PMs circulam com facilidade entre os criminosos que acabam se tornando seus clientes na compra de armas e drogas desviadas da própria polícia.

Certamente por conhecerem mal os meandros das organizações policiais no Rio, os integrantes da cúpula da Secretaria de Segurança não se deram conta de que os adidos eram uma bomba relógio controlada por policiais em posições de comando da Polícia Civil. Só depois que a Polícia Federal informou ao secretário de Segurança o que estava acontecendo dentro da Polícia Civil é que Beltrame determinou há cerca de 3 meses que todos os 50 PMs adidos fossem devolvidos à sua corporação. Desses, 15 ainda foram preservados por influência da cúpula da Polícia Civil pelos "relevantes serviços prestados" desde meados da década de 90. Esses policiais eram fiéis escudeiros, prontos para matar e morrer, mas que mantinham seus negócios excusos sem qualquer interferência dos delegados.

Quando esses fatos vieram à tona azedou a relação entre o secretário Beltrame e o chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, que construiu sua excelente carreira com o trabalho de muitos desses PMs adidos que foram presos na Operação Guilhotina, da Polícia Federal. Quando Allan assumiu o comando da Polícia Civil, esses policiais passaram a ficar sob controle do subchefe operacional de Allan, Carlos Oliveira, que também foi preso, acusado de corrupção. Allan é um policial talentoso e bem remunerado por seus trabalhos de consultoria de segurança privada. Não me parece que precise receber propinas para manter seu padrão de vida. Acredito no seu empenho para combater o crime, no Rio. Mas o sistema de PMs adidos está falido. Esse modelo é uma herança do regime militar com seus DOI-CODI, os Destacamentos de Operações de Informação, que recrutavam militares, policiais civis e PMs, além de bombeiros e outros integrantes de órgãos de segurança. Como lembram, os DOI eram os porões do regime militar, nos quais se cometeu todo tipo de barbárie.

O que a sociedade precisa entender é que o mesmo bravo policial que é condecorado por ter assassinado impiedosamente bandidos pode resvalar para uma prática violenta que, em pouco, tempo estará envolvida com a corrupção. Assim como o clientelismo na política, a violência é prima-irmã da corrupção na polícia. Os mais antigos lembram da saga dos homens de ouro, o grupo de elite criado no fim da década de 60, no Rio. O policial que se acha investido do direito de matar - sobretudo em autos de resistência forjados - acaba acreditando que não nada há demais em se apossar dos despojos de guerra - como ocorreu no Complexo do Alemão. Dali para a extorsão de criminosos e cidadãos é um pulo. Talvez por não exigir dos governantes uma reforma profunda na polícia - que inclui melhor qualificação e melhores salários - a sociedade pode fechar os olhos para tudo de errado que os policiais fazem. Só que uma hora é ela mesmo quem vai pagar a conta.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Cão é capaz de farejar câncer de intestino, indica pesquisa

Um cão labrador conseguiu detectar um câncer de intestino pelo cheiro do hálito e de amostras de fezes em uma pesquisa realizada no Japão. O estudo, publicado pela revista especializada "Gut", indicou que o animal foi capaz de identificar a doença mesmo em suas fases iniciais.

Outras pesquisas já haviam sugerido anteriormente que os cães são capazes de farejar câncer de pele, de bexiga, de pulmão, de ovários e de mama. Acredita-se que a biologia do tumor inclui um cheiro distinto, e uma série de estudos já usou cachorros para tentar detectá-los.

Os pesquisadores da Universidade Kyushu, no Japão, dizem que seria difícil e custoso usar cachorros em testes de rotina para detectar câncer, mas que o estudo poderia levar ao desenvolvimento de sensores eletrônicos no futuro.

Amostras
Na pesquisa, o labrador Marine, de oito anos, foi apresentado a cinco amostras, uma das quais era de um paciente com câncer e quatro de pessoas saudáveis. Nos testes com amostras de hálito o animal detectou a amostra com câncer em 33 de 36 vezes. Com as amostras de fezes, o cachorro acertou 37 das 38 vezes.

Mesmo o câncer de intestino em estágio inicial foi detectado, o que é conhecidamente difícil. Segundo alguns estudos, os testes mais comuns para detectar câncer de intestino, que tentam identificar pequenas quantidades de sangue nas fezes, revelam apenas um em cada dez casos em estágio inicial.

"Pode ser difícil introduzir o julgamento do faro canino na prática clínica por conta do custo e do tempo necessário para o treinamento do cão. A habilidade do faro pode variar entre os cães e também no mesmo cão em dias diferentes", afirma o coordenador do estudo, Hideto Sonoda.

Nariz eletrônico
Algumas pesquisas anteriores já indicaram o potencial de um 'nariz canino eletrônico' para a realização de testes para identificar o câncer pelo cheiro.

"O cheiro específico do câncer existe, mas os componentes químicos (que provocam o odor característico) não estão claros. Somente o cachorro conhece a resposta", disse Sonoda. "Por isso é necessário identificar os compostos orgânicos voláteis específicos detectados pelos cães para desenvolver um sensor precoce de câncer."

Segundo ele, porém, o desenvolvimento de um sensor do tipo ainda vai exigir tempo e novas pesquisas.

Água engarrafada pode ser um risco

Beber água mineral engarrafada em recipientes plásticos pode ser um inimigo para a saúde. É o que mostra um estudo elaborado por cientistas do Maranhão, que analisou os efeitos da substância Bisfenol-A, composto químico utilizado na fabricação do plástico, nos seres humanos. Dentre os principais danos à saúde, estão as ocorrências de cânceres de próstata e de mama, infertilidade, diabetes e infertilidade.
A substância também pode ser encontrada em mamadeiras e chupetas. Em contato com as crianças pode ocorrer problemas de distúrbios celebrais e de comportamento.
O Bisfenol-A (BPA) é proibido em quatro países: França, Canadá, Costa Rica e Dinamarca. Nos Estados Unidos, pelo menos sete estados também já proibiram a fabricação garrafas plásticas com o policarbonato. No Brasil, foi aprovado um projeto na Comissão de Direitos Humanos do Senado que proíbe o uso do composto químico em mamadeiras, porém, a Vigilância Sanitária ainda permite o uso do composto.
De acordo com o professor de química da Universidade Federal da Bahia, Pedro Afonso Pereira, a possibilidade de contaminação do Bisfenol-A pode existir a depender da quantidade de concentração.
“Essas substância contém em todo tipo de plástico por ser um aditivo. Além dela, ainda existem vários compostos cancerígenos, que, no entanto, devido à pouca quantidade, não chega causar danos à saúde. Não sei se esse é o caso das garrafas de água mineral porque ainda não temos estudo sobre esse assunto”, explicou.
Para a médica Ana Luíza Silva, o Bisfenol- A é um componente químico silencioso e perigoso. “Estudos em ratos, macacos e até seres humanos mostraram que a substância não é completamente removida pelo fígado, e devido a isso, ela circula livremente pela corrente sanguínea.
Em uma pesquisa elaborada pela Agência de Proteção Ambiental nos Estados Unidos afirmou que a ingestão diária de até 50 microgramas de Bisfenol -A por peso corporal não seria prejudicial à saúde.
Porém, uma nova pesquisa publicada deixou a sociedade científica preocupada. O estudo sugere que diariamente estamos expostos a uma quantidade no mínimo oito vezes superior. Os números encontrados na pesquisa são assustadores porque indicam que as agências reguladoras subestimaram o nível atual de exposição humana”, enfatizou.
Para a diretora de Fiscalização do Procon, órgão de defesa do consumidor, Isabela Barreto, uma avaliação para constatar a qualidade da água mineral e das embalagens plásticas - botijões plástico e garrafas - e  foi feita em fevereiro do ano passado. “Foram constatadas algumas irregularidades relacionadas ao manuseio, sujeira, higiene e transporte dessas embalagens.
Todas essas infrações estão sendo averiguadas. O nosso objetivo com essas operações é verificar se os fornecedores estão atendendo às normas estabelecidas pela vigilância sanitária”.
Ainda segundo Isabela, não foram feitas inspeções para constatar se a quantidade do Bisfenol-A está dentro da normalidade. “Não fizemos esse tipo de avaliação por ser uma substância legal e permitida pela Anvisa.
Mas podemos nos comprometer em recolher três marcas e levá-las para fazer uma análise laboratorial desses vasilhames. Se for constatada a infração, será instalado um processo administrativo e a empresa poderá pagar uma multa que varia de R$ 213 a 3 milhões, a depender da situação, da irregularidade cometida e se há reincidência”.
Segundo estudos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo (SBEM-SP), o Bisfenol age como um hormônio sintético e sua ingestão pode provocar câncer, diabete, obesidade, infertilidade e outras doenças.
Os bebês são mais vulneráveis aos efeitos do produto. Os perigos ocorrem desde alteração no sistema nervoso, em função da glândula tireóide e do crescimento do cérebro, até mudanças no comportamento do intelecto, como o desenvolvimento de hiperatividade e agressividade.
Para a médica Ana Luíza, enquanto a Vigilância Sanitária, Anvisa, continua liberando a utilização do composto na fabricação de utensílios de plástico na alimentação no Brasil, é importante os pais de crianças adotarem alguns cuidados. “Dê preferência sempre às mamadeiras de vidro ou que contenham o selo isento de BPA”

Dicas de como evitar ingerir o Bisfenol-A

- Evite comprar produtos fabricados com Bisfenol. É possível identificá-los pelas letras PC que aparecem na embalagem e também indicam o policarbonato.
- Troque o galão de água pelo filtro de alumínio ou de barro. Se for usar o filtro de plástico, verifique se ele é fabricado com Bisfenol.
-Sempre ficar atento ao período de validade dos botijões de água.
- Mamadeiras, copos infantis e recipientes plásticos usados para alimentação devem ganhar ainda mais atenção.
- Não aquecer nem congelar alimentos em potes plásticos. A mudança de temperatura facilita o desprendimento do bisfenol do plástico. Prefira recipientes de vidro ou porcelana.
- O Bisfenol também é usado como resina para evitar ferrugem. Verifique se as embalagens enlatadas usadas contém a substância.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

CUT apoia a greve dos vigilantes do Paraná

Paralisação iniciada nesta terça-feira (1º) foi motivada pelo descaso do sindicato patronal perante as reivindicações da categoria


A Central Única dos Trabalhadores declarou apoio irrestrito à greve dos vigilantes patrimoniais do Paraná. A categoria começou a paralisação nesta terça-feira (1º) nas cidades de Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Pato Branco e Ponta Grossa.
A decisão sobre a mobilização foi tomada pela categoria em assembleias realizadas na última quarta-feira (26), nas cidades citadas. A motivação do movimento foi o descaso do sindicato patronal perante as reivindicações da categoria. As negociações para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho começaram em dezembro, mas as propostas pelos representantes das empresas de vigilância patrimonial ficaram muito aquém do pretendido pelos trabalhadores.
Roni Barbosa, presidente da CUT no Paraná, afirmou que há má vontade dos patrões na mesa de negociação. “É perceptível que eles (os patrões) estão enrolando os trabalhadores. Existe margem para avançar, mas querem concentrar ainda mais os lucros. A CUT repudia tal atitude e, como sempre está do lado dos trabalhadores”.
A data-base da categoria vence em fevereiro e o reajuste reivindicado é de 12%, o que inclui a inflação acumuladas nos últimos 12 meses mais 5% de ganho real. Os vigilantes também exigem a ampliação do adicional de risco e o aumento do vale-refeição, com a universalização do benefício.
A paralisação envolve os setores da indústria, comércio, órgãos públicos e privados e o sistema financeiro, como bancos, cooperativas de crédito, entre outros. Como a Lei 7.102 determina que as agências bancárias não podem abrir as portas sem que tenha pelo menos dois vigilantes em serviço, os bancos não devem abrir as portas hoje no Paraná. 
A categoria dos vigilantes patrimoniais abrange 22,6 mil trabalhadores no Paraná.